quarta-feira, 20 de abril de 2011

Análise do desenvolvimento econômico da era Juscelino Kubitschek e a Ditadura Militar: do golpe até o General Médici.

A Era JK(1956-1961)

Este período pós-guerra é o início da fase de internacionalização da economia mundial através de empresas multinacionais. No Brasil houve um enorme crescimento econômico com o estabelecimento do Plano de Metas que visava tornar o Brasil atraente aos investimentos estrangeiros para implementação de indústrias de grande porte em diversos setores da economia(energia, transportes, construção civil, mineração, indústria automobilística etc.), além da criação de incentivos cambiais, tarifários, fiscais e de crédito, que atraíram os investimentos tanto sob a forma de implementação industrial como de empréstimos financeiros. Todavia, o custo desse salto desenvolvimentista ocasiona o aumento da dívida externa, da inflação, concentração de pólos industriais na região sudeste(efeito: desigualdades regionais), grande desenvolvimento e construção de rodovias(no lugar das ferrovias), afastamento da Capital do Brasil do centro econômico e populacional, entre outros.

João Goulart(1961-1964)

Nesse período, o Brasil passa a viver uma crise política iniciada com a renúncia de Jânio Quadros. A posse de Goulart ocorreu após a instalação do parlamentarismo(que diminuiu os poderes do presidente). Essa manobra foi engendrada pelo militares e partidos conservadores que foram contra as reformas de base(sistema tributário, bancário, eleitoral, educação, saúde e reforma agrária). A proposta nacionalista foi tachada de comunista pelos oposicionistas do Governo de 'Jango', sendo pretexto para o golpe militar de 1964.

Ditadura Militar(1964-1985)

Durante a ditadura militar, o padrão de desenvolvimento conhecido como substituição de importações ainda ditava os rumos da política industrial brasileira. Nesse período, a estrutura produtiva passou a ser dominada por três grande agentes, sendo por isso conhecida como 'Tríplice Aliança'. Esses agentes eram: o capital estatal, o capital privado nacional e o capital transnacional. O capital estatal era dominante nos setores de infraestrutura e de bens de produção, tais como: siderurgia, indústria química, mineração, energia e telecomunicações(Exemplos de companhias estatais surgidas nesse período: Siderbras, Eletrobras, TElebras etc.). O capital privado nacional: setor de bens de consumo, tais como: têxteis, alimentos e calçados, que exigiam menores investimentos em tecnologias. Em alguns setores, o capital nacional se integrava ao circuito produtivo dos conglomerados internacionais(Ex: produção de autopeças). As empresas transnacionais destacavam-se principalmente no setor de bens de consumo duráveis. O setor automobilístico foi o grande destaque do período.
Essa estrutura em tripé garantiu ao país elevadas taxas de crescimento, em especial durante os anos do chamado 'Milagre Econômico'(1967-1973). Entretanto, no fim da década de 70 os EUA elevaram as taxas de juros no mercado internacional, aumentando a nossa dívida externa e reduzindo o investimento de empresas estrangeiras no Brasil. Os produtos do mercado interno ficaram mais caros, houve um aumento do arrocho salarial, desvalorização cambial, entre outros. Essa situação agrava-se com as chamadas 'crises do petróleo'(1973 e 1979, respectivamente). Nesse cenário, a economia passa por grande recessão em todo mundo. No Brasil, vê-se o Estado perdendo a capacidade de continuar investindo na modernização industrial e mesmo de realizar a manutenção necessária ao funcionamento dos setores sob o seu comando. O resultado foi imediato: as estradas se deterioraram, a oferta de energia permaneceu estagnada etc. Por todas essas razões, a década de 80 ficou conhecida como a "década perdida"., ou seja, uma década marcada pela desaceleração do crescimento da economia, pela diminuição da oferta de empregos, pela escalada inflacionária e por graves crises sociais.

Em resumo: O ano de 1956 inaugurou uma nova etapa do desenvolvimento industrial brasileiro no governo de Juscelino Kubitschek. Foi implantado no Brasil um novo modelo de desenvolvimento, que buscava diminuir as distâncias tecnológicas em relação aos países mais industrializados - desenvolvimentismo. O Estado criou condições favoráveis, sobretudo na indústria, atraindo, assim, as empresas multinacionais.

Após o 'Golpe de 64', os governos militares retomaram o modelo desenvolvimentista , mas foram protecionistas nos setores considerados estratégicos. Durante esse período, o aumento nos juros internacionais, a má gestão do dinheiro captado no exterior e a incapacidade de o governo brasileiro saldar seus compromissos externos com recursos internos levaram a uma ampliação significativa da dívida externa: entre 1970 e 1984, por exemplo, seu valor saltou de 5 bilhões de dólares para 90 bilhões, conforme cit. em 'Brasil - uma nova potência regional na economia-mundo', Bertha K. Becker e Cláudio A. G. Egler. Rio de Janeiro., Bertrand Brasil, 1993, p.238. Além disso, nesta época eram altos os índices de inflação e de desemprego e baixos os níveis de crescimento do PIB. Esse quadro levou ao esgotamento do modelo desenvolvimentista baseado entre outros fatores, no financiamento externo e no investimento estatal nos setores produtivos.
À toda evidência, fato é que nos períodos em discussão apenas uma minoria dos brasileiros, formada pelas elites e pelas camadas médias urbanas, conheceu os benefícios desse crescimento. Para o restante da população, sobrou apenas a espoliação do trabalho duro e mal remunerado, além da oferta de serviços públicos bastante ineficientes em áreas essenciais como saúde, habitação e educação.

5 comentários:

  1. Ajudou nos meus estudos!! Valeu!

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  2. no Brasil globalizado quais atividades econômicas foram responsáveis pela expansão e pelo povoamento de áreas pouco integradas ao território, permitindo ao Brasil superar a econômia de arquipélago e formar uma econômia nacional integrada.
    alguém ai pode me ajudar a responder

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  3. no Brasil globalizado quais atividades econômicas foram responsáveis pela expansão e pelo povoamento de áreas pouco integradas ao território, permitindo ao Brasil superar a econômia de arquipélago e formar uma econômia nacional integrada.
    alguem me ajuda a responder porfavor

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